Agraciados são aqueles que se doam para ver brotar um sorriso no rosto de uma criança. E o Maracatu Baque Alagoano é agraciado anualmente com dezenas de sorrisos infantis em um dia muito especial: o Sábado de Aleluia ou Sábado de Maleme..
O
Sábado de Aleluia é, para nós do grupo, ainda mais especial, pois neste dia e no
período que o antecede surge uma energia diferente e positiva em muitos batuqueiros,
mobilizadora de pensamentos e atitudes que muitas vezes permanecem empoeiradas
no nosso profundo caixote de ações cotidianas e medíocres.
Nessa
época juntamos nossos esforços, buscamos estes pensamentos e atitudes e
sopramos a tal poeira perniciosa do egoísmo, da vaidade e da intolerância. Neste
ano fomos “de longe” capazes de superar as pequenas dificuldades encontradas,
construindo um evento ainda maior e melhor que todos os outros da mesma época.
Isso se deveu, é claro, à solicitude de todos, realmente todos, os que se envolveram
carnal e espiritualmente para tudo dar certo. E deu muito certo mesmo.
A
maior prova disto é que, como acontece todos os anos, foi ainda mais difícil
distinguir quem era o alvo primário do evento, se as crianças da Vila de
Pescadores de Jaraguá ou as “crianças” animadas do nosso maracatu.
Que
seja sempre assim! Que seja cada vez mais difícil observar as diferenças entre
nós e eles! Que não sejamos mais “nós e eles”! Que consigamos sempre, nesse dia,
atingir o patamar de alegria e satisfação daqueles que são duramente privados
de uma existência digna e cidadã e, no entanto, trazem no seu âmago a pureza
divina da infância e uma carência absurda de humanidade, e ainda que esse
patamar de alegria e satisfação seja alto o suficiente para vermos muito além
do muro da incompreensão e da indiferença com os nossos semelhantes.
Foi
sim uma versão ampliada e melhorada, mas não pela quantidade e qualidade dos
brinquedos e brincadeiras disponíveis às crianças, porque, com um pouco de
esforço e organização conseguiremos sempre mais e melhor. Foi uma versão
ampliada e melhorada porque a bondade foi ganhando forma dentro do grupo com a
sutileza e a perfeição do trabalho do mais sábio dos escultores, Aquele que
conhece as ferramentas e a maneira certa de entalhar o coração de cada um de
nossos batuqueiros, independente de seu credo
.
Vida
longa à benevolência! Vida longa ao voluntariado! Vida longa ao Tambores de
Aleluia!
Que
seja assim.
Texto: Júlio
César Andrade
Fotos:
Carla Cansanção e Levi Yuri
massssa!!! adorei o texto
ResponderExcluirMuito bom o texto e o tambores de Aleluia!!!
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